quinta-feira, 3 de maio de 2007

Roças em S. Tomé

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A primeira roça a ser mostrada é a Roça Agostinho Neto (antes da independência chamava-se Rio D'Ouro). Foi uma das maiores, ou mesmo a maior, chegando a ter perto de três mil trabalhadores!
Duas imagens da entrada principal: a primeira é a que vem reproduzida nas notas actualmente em circulação e a seguinte uma foto actual com mais ou menos o mesmo enquadramento.
A foto seguinte, tirada de dentro do avião que me levou ao Príncipe, mostra bem a área ocupada pelas construções...
... que a vista de satélite confirma (foto do Google).
Seguem-se duas vistas do hospital (segundo me informaram tinha cerca de 180 camas!), que se encontra "totalmente desequipado", apesar do ainda razoável estado da construção! A escadaria (toda em madeira) que leva ao primeiro andar.
Do site S.Tomé e Princípe, que merece uma "visita", retirei, com autorização do seu autor, Manuel Leal e Sousa, a foto abaixo, bem elucidativa do que foi uma das enfermarias da antiga Roça Rio D'Ouro Vista para outras construções da roça
As fotos que se seguem são da Roça Água-Izé. Apesar de aqui se encontrarem várias construções em muito bom estado (foram recuperadas recentemente), também se encontram outras bastante degradadas... Do site acerca de S. Tomé e Príncipe já acima referido, retirei as duas fotos abaixo: a primeira mostra o interior dum armazém (provavelmente o acima mostrado) e o secador mecânico de cacau. A segunda mostra o caminho de ferro nesta mesma roça! Aqui uma série de sacos com cacau prontos para serem exportados
Repare-se no estilo, apesar do ar de abandono, desta Officina de Fundição e Serralheria, Machinas e Tornos
Mostro a seguir a Roça Bombaim. A "casa grande" está recuperada e adaptada a hotel. Apesar de ainda pouco frequentada, vale a pena visitá-la. Para além de só aqui se poder encontrar o mangustão - já mostrado em outra postagem - o pessoal é muito simpático, o ambiente muito agradável e o enquadramento maravilhoso.
Em frente à casa grande um jardim muito acolhedor e fresco
Aspecto da recepção
Um dos quartos
Não se pense que toda a roça tem o aspecto acima mostrado!... Ainda há muito para recuperar e o problema é que não se sabe quando...
Primeiro um edifício em que já há sinais de reconstrução...
... depois alguns em bastante mau estado.
A última roça que vou mostrar é a Roça Fernão Dias. Vista de longe a roça parece em muito bom estado. Pura ilusão!...
Os grandes armazéns e as máquinas estão neste estado: não existem telhados e os equipamentos mais não são que um monte de sucata ferrugenta...Junto ao cais (a roça tinha cais próprio!) estão estes armazéns onde se reuniam os produtos para ser embarcados. Ainda se vêem alguns carris por onde circulava um "comboio", de linha estreita, por onde circulava a produção da roça e que a conduzia ao cais! (de referir que em várias outras roças também existiu uma linha férrea "interna" de que actualmente não há vestígios!... segundo me disseram os carris foram levantados e transformados em postes de electricidade...) Este era o cais de embarque. Por aqui chegaram a circular os comboios que levavam os produtos para serem embarcados...Mais uma foto antiga, retirada do site S.Tomé e Princípe, que mostra o que foi aquele cais...
Também por aqui é necessária a recuperação/reconstrução dos edifícios.


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15 comentários:

Unknown disse...

estou maravilhado com tudo...tem sido uma viagem maravilhosa, parabéns!! não sei o que seria se não nos desse algo assim, continue.
estou escrevendo um livro em que faço passagem por S. Tomé e gostaria de saber mais sobre as ROÇAS...sua constituição nos anos 60,seus mandantes...hierarquia na roça e a distribuição das várias classes de trabalhadores e outros colaboradores e ainda os seus alojamentos, como e onde.
Se havia na época telefone e como se faziam transportar para a cidade capital, para além do transporte do produto ensacado ( comboio )para ser embarcado. gostaria de saber mais sobre escola, igreja na Roça.
Bem haja

Luxa disse...

Acabei de viajar até Principe...
estive lá numa demonstração de basquete, era jogadora, fomos então até essa ilha - grupo misto
viajamos numa fragata, na altura em serviço em S. Tomé e Principe Conheci a roça SUNDY (muito bonita) dormi lá na casa de 1º andar e outra dormida se não 2, na pensão na cidade
Mas que sonho maravilho.....

Luxa disse...

ROÇAS.....
E QUE ROÇAS!!!
visitei-as todas quando o pai ia em serviço...
nunca pensei que um dia pudesse viver momentos lindos como os de agora.....sinto-me lá!
PARABÉNS PELO BELISSIMO TRABALHO
NOTA 20 sem favor

Maria Ribeiro disse...

ROÇAS DE S. TOMÉ: vivi na ilha no tempo em que não havia construções no PRÍNCIPE...É uma maravilhosa cena do PARAÍSO, todas essas fotos que mostras. AH... vivi também, com meus pais, na "Colónia açoreana". Depois, por causa de não haver escola, aos 7 anos mandaram-me para o Continente...
BEIJOS DE
LUSIBERO

Anónimo disse...

Estou impressionado com o ponto que chegou a degradação das roças em S.Tomé e Príncipe, inclino a população das mesmas.Entreguem as roças aos antigos proprietários,claro com um contrato afim de viabilizarem as mesmas; os antigos trabalhadores,hoje estão transformados em farrapos humanos.
De certeza que irão criar postos de trabalhos, riqueza e melhor qualidade de vida...

Anónimo disse...

Pergunto:O que é que dizem hoje sobre , aquilo em que as roças foram transformadas?
O aspecto físico,qualidade de vida e o futuro dos antigos trabalhadores?
Mais não pergunto e nem digo!
Sou um filho de S Tomé, nasci na Roça Rio Do Ouro , o meu avô foi mestre de grandes obras do rio do ouro, o meu pai esteve sempre a frete do maior desenvolvimento desta e de outras roças e não só.
Por essa razão fico triste de ver essas imagens.

Anónimo disse...

Simplesmente fascinante...
Nasci na Roça do Rio de Ouro em 1964, vim para o Continente com dois anos e meio. Quero conhecer a minha terra Natal. Espero dentro em breve concretizar esse Sonho.
Excelente Trabalho.
Obrigada
F.Araújo

Anónimo disse...

meu nome e vasconcelos vendo as fotos da uma soudade do tempo antigo.tempo bom que não volta mais.com toda duresa trabalhoso.comcertesa era bem melhor que hoje.onde as pessoas se respeitava ums ao outros.estas fotos faz agente viajar no passado e muito bom ver as casas antigas fazenda etc.

waldo disse...

Sou um filho de S.Tomé.Nasci na Roça Rio do Ouro (hoje Agostinho Neto) em 1940.Meu Pai foi um dos que mais fez pelo progresso e desenvolvimento na altura,da Roça.Hoje ao ver o estado de degradação em que algumas Roças se encontram sinto uma grande tristesa pelo abandono a que chegou.Uma pena numa Ilha maravilhosa.Oswaldo Trindade

Fernando Centeio disse...

Sou Fernando Centeio .nasci na maternide do hospital da nas mão de um grande enfermeiro português ,Sr. Alcides na Roça Rio Ouro no ano de 1958 Confesso que não estou desiludido.Porque já esperava isso.Assisti o principio da destruição da mesma.Sim estou triste em saber e ver que conseguiram destruir as roças ;principalmente a roça rio do ouro. até o nome mudaram para agostinho neto.Podiam ter aproveitado as potencialidade das mesmas para gerar riqueza e desenvolvimento do País .Infelizmente...

Fernando Centeio disse...

Sou Fernando Centeio .nasci na maternide do hospital da nas mão de um grande enfermeiro português ,Sr. Alcides na Roça Rio Ouro no ano de 1958 Confesso que não estou desiludido.Porque já esperava isso.Assisti o principio da destruição da mesma.Sim estou triste em saber e ver que conseguiram destruir as roças ;principalmente a roça rio do ouro. até o nome mudaram para agostinho neto.Podiam ter aproveitado as potencialidade das mesmas para gerar riqueza e desenvolvimento do País .Infelizmente...

Unknown disse...

Charles Alexandre (Brasil)

Parabéns pela matéria!
O lugar é maravilhoso, muito lindo mesmo. Pena que as autoridades pública não cuide de seu patrimônio, o descaso é chocante, um lugar como este deveria ser riquíssimo na questão de turismo e ecoturismo dentre outras atividade...
É muito triste ver um lugar tão bonito abandonado desta forma!

Anónimo disse...

ADORAVA SABER NOTICIAS SOBRE A ROÇA AMBÓBÓ A QUEM PERTENCE AGORA ESSA ROÇA FOI UMA REFERENCIA DA MINHA JUVENTUDR

Anónimo disse...

GOSTARIA DESABER O QUE SE PASSA COM A HAMAVA ROÇA ANGÓBÓ SE AINDA EXISTE OU SE JÁ FOI VENDIDA ERA MUINTO AMIGA DO SR. FERNANDO AGOSTINHO DOS SANTOS E TENHO MUINTO BOAS RECORDAÇÕES E JÁ AGORA PENSO QUE 'SE CHAMAVA ÁGUA DE PAU AINDA EXISTE?

Unknown disse...

Ao anônimo que quer saber noticias da roça Angobo, ela pertenceu aos meus falecidos pais, não se chamava Fernando, mas Agostinho Rodrigues dos Santos, e Luis a Santos. A roça neste momento está à venda.