quarta-feira, 23 de maio de 2007

Mercados e vendedores

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Junto ao mar, debaixo deste arvoredo, juntam-se os pescadores (que nos seus barcos trazem o peixe recentemente pescado), as vendedoras (que aqui vêm buscar o peixe para o vender no mercado e/ou pelas ruas) e os compradores que aqui também vêm comprar directamente .Conforme o peixe vai chegando é lavado, escolhido e separado por qualidades...... exposto.
Daqui segue então para os mercados
Para além do peixe fresco encontra-se peixe seco/salgado (muito dele vem do Príncipe), ingrediente "obrigatório" em alguns pratos típicos de S. Tomé e PríncipeEsta é a entrada principal do Mercado Municipal de S. Tomé
Três fotos do interior do MercadoAspecto de uma banca de venda de fruta dentro do Mercado
As vendas tanto se fazem lá dentro, como à porta do Mercado ou mesmo, como mostrarei mais abaixo, numa área, relativamente grande, envolvente daquele.
Na área envolvente tudo se vende:
Legumes, frutas...
...camas e colchões...
...carvão...
... roupas.
Feitas as compras é necessário levá-las para casa. Ou se vai a pé, ou de motorizada, ou de táxi...
Afastado do centro, na parte alta de S. Tomé, junto à Central Eléctrica, ao lado do rio Água Grande, fica este mercado, onde se vende principalmente roupa/tecidos.
Nas ruas, principalmente perto das escolas, aparecem estes pequenos vendedores de bolos. Neste dia, por ser dia de festa, com bandeiras do País (do outro lado da bandeira... publicidade à cerveja Sagres!)


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sexta-feira, 18 de maio de 2007

Praças e jardins em S. Tomé

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Começo por mostrar a Praça da UCCLA (União das Cidades Capitais Luso-Afro-Americo-Asiáticas) decorada com um conjunto interessante e original, composto por três esculturas em madeira. Terão mais de 2,5 metros de altura e cada uma é feita de uma só peça de madeira. Segue-se, mais abaixo, a foto de uma das esculturas.
Muito perto do Palácio Presidencial fica este jardim com o Monumento aos Descobridores
É no Jardim 1º de Maio que muita gente vem passear, pois para além de aqui existirem vários restaurantes (alguns muito modestos, mas muito populares), existem esplanadas, campo de jogos, mini-golfe, um pequeno lago e muita sombra.
Vista de uma das entradas (na rotunda onde está a Homenagem aos Heróis da Liberdade), vendo-se, dentro do Jardim, um avião ali "estacionado".
Nesta foto de satélite (Google) nota-se bem o avião acima referido, o campo de jogos, uma parte do lago e o arvoredo que em parte o cobre. No canto superior direito, fora do Jardim 1º de Maio, vê-se um pequeno rectângulo que corresponde a um pequeno jardim que, anteriormente à independência, se chamava Jardim Gago Coutinho e que actualmente, conforme a placa que se mostra a seguir passou a chamar-se "Jardim Ex-Gago Coutinho" (???!)
O Jardim Ex-Gago Coutinho Estátua do lendário Rei Amador que, em 1585, liderou uma revolta de escravos que exigiam a liberdade e se intitulou Rei dos Angolares.
Num jardim perto do porto aparece-nos esta original escultura
Junto ao Mercado o Jardim Pensamento com o seu fontanário... e patrocínio...
No meio da cidade, num jardim de que não sei o nome, surge-nos esta fonte encimada com uma delicada estátua.


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quinta-feira, 17 de maio de 2007

Manifestações artísticas em S. Tomé...

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Começo por mostrar dois painéis de azulejos. O primeiro, de que fazem parte as duas primeiras fotos, que no seu conjunto representam um só painel, está no Liceu Nacional. O segundo está aplicado numa moradia junto à marginal, não muito longe do Liceu e da nossa Embaixada.
Cheia de força está esta pintura, que cobre parcialmente uma parede interior de uma repartição pública (Serviços de Saúde ?) e de que a seguir mostro dois pormenores.
Passando para a rua, eis as quatro faces da Homenagem aos Heróis da Liberdade
Junto ao mercado o mural de que mostro o enquadramento e o mural propriamente dito.

Uma saltada à Casa do Artesanato, com as árvores esculpidas pelos seus artesãos.
Esta a seguir foi esculpida pelo Sandro (que também aparece na foto) e que também pintou o quadro a seguir mostrado.
Interior da Casa do Artesanato
Mais dois locais onde se vende artesanato. O primeiro é a loja "Ossodo EcoSocial" instalada no edifício da Misericórdia. O segundo é a loja do posto de turismo.
Outro tipo de manifestação artística, são os quatro painéis pintados num edifício (marginal/Praça da Independência).
Bastante diferentes do que mostrei acima, muito expressivas, são as duas esculturas que se seguem.


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quarta-feira, 16 de maio de 2007

À porta do Paraíso... com um pé no Purgatório!

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Antes de continuar as postagens neste modesto blog e antes de tecer as considerações menos favoráveis que a seguir vou expor, volto a afirmar que considero este País como uma pérola colocada no equador! Pelas suas belezas naturais (florestas, rios, flores, cascatas, frutos, praias,...), pelo clima de segurança que se respira, pela variedade das suas paisagens, pelo seu clima e pela sua população (de uma simpatia extraordinária, de bom trato, prestável, afável, bem disposta,...) o País é algo muito próximo do que se pode considerar o paraíso!
Apesar do "muito de bom" que encontrei, não quero prosseguir sem antes referir também o que me desgostou/chocou em S. Tomé e Príncipe. Não se pense que neste País é tudo como as fotos mostram. Muito para além do que nelas se vê, há muitas, muitas mais "coisas não fotografáveis" que são tanto ou mais importantes do que aquilo que se vê.
S. Tomé e Príncipe é realmente um pequeno País, mas quando a sua dimensão real é avaliada pelas suas infraestruturas (dum modo geral inexistentes ou precárias), o País ainda se torna menor! ... e não esqueçamos que S. Tomé e Príncipe tem sido um dos países mais ajudados a nível internacional (há uns meses atrás li num jornal, já não sei qual, que nos últimos anos, a ajuda internacional, per capita, a S. Tomé e Príncipe era uma das maiores, ou mesmo a maior do mundo!).
Choca, desde logo, a enorme diferença entre os que tudo têm e os que pouco ou nada têm, a que acresce as ostentação daqueles! ...a enorme quantidade de viaturas 4x4, modelos recentes!...
Choca o estado das estradas. Como é possível que um País que tem menos de 500 km de estradas asfaltadas as mesmas estejam em tão mau estado?
Choca o abate desordenado das árvores, muitas delas centenárias, que são depois utilizadas para queimar, para construir casas e barcos,... ...e não se vê ninguém a cuidar da sua substituição...
Choca o elevado número de jovens mães e jovens grávidas (mesmo muito jovens, quase crianças ainda) que encontramos por toda a parte!
Choca o aviso que mostro abaixo. Mas mais chocam os "presentes" humanos que se encontram por diversos locais, alguns não muito escondidos!...
No muro que serve de suporte/alicerce ao Forte de S. Sebastião são dispostos diariamente muitos daqueles "presentes" que a maré se encarrega de limpar! ...há a atenuante(?) de que quase não existe saneamento!
Choca o "habito" de em qualquer lugar (praia, campo, estrada...) se partir a garrafa de cerveja/refrigerante que se acabou de beber!... Choca o modo como é exposto e vendido o peixe e a carne nos mercados!
Choca a falta de esgotos ou o modo como eles correm a céu aberto.
Choca haver cortes de energia eléctrica praticamente todos os dias.
Choca ver os barcos e barcaças a apodrecer na Baía Ana Chaves.
Choca o modo como estão votados ao abandono o cacau, o café, o coco...
Choca ver o estado de abandono (por vezes já ruínas) em que se encontram os edifícios das roças (sabiam que por obrigação da legislação portuguesa, anteriormente em vigor, cada roça tinha de ter o seu próprio hospital? Do cumprimento desta obrigação resultou na altura ser S. Tomé e Príncipe o território africano com maior número de hospitais por habitante!)
De uma das crónicas contidas em "Sul", livro de Miguel Sousa Tavares, cuja leitura recomendo - "São Tomé e Príncipe: As Ilhas maltratadas" - retirei pequenos excertos (o autor que me perdoe!):
"(...) Da escravatura colonial à independência (...)" e já passaram mais de 30 anos "(...) de ilusão, repete-se o contraste entre a natureza exuberante e os homens que a arruínam. Como se as ilhas fossem demasiado perfeitas para a condição humana." "(...) Mas a verdade é que, não obstante a miséria que nos ofende e a porcaria que, por vezes, nos repele (...) há nestas paragens tropicais um chamamento e uma força que despertam em nós exactamente o oposto da tristeza - uma alegria de crianças deslumbradas, como se só aqui pudéssemos reencontrar qualquer coisa perdida no fundo da nossa memória e das nossas raízes. (...) quanto ao solo, basta plantar que tudo cresce: ananases, papaias, mamões, mangas ou matabala, que faz as vezes da batata. A fertilidade da terra (...) é tamanha que, num só dia, registou-se o crescimento de 12 centímetros de uma planta!" (...) Só pode vir daí, aliás, dessa generosidade da natureza que é quase uma provocação, a tradicional preguiça dos são-tomenses avessos ao trabalho e ao engenho." Ainda naquela crónica, Miguel Sousa Tavares transcreve o seguinte texto dum relatório do Banco Mundial, referente a S. Tomé e Príncipe: "Infelizmente, a ajuda externa ampliou grandemente as oportunidades de corrupção. Centenas de milhões de dolares foram desviados para contas privadas fora de África. O custo não se traduz, apenas, no desperdício de recursos, mas também, e mais gravemente, na profunda desmoralização da sociedade em geral." É certo que os textos acima datam de 1990, mas terão ocorrido alterações significativas ao longo dos últimos 17 anos?
Num depoimento recolhido pelo jornal Público (suplemento Fugas de 7 de Abril de 2007), Catarina Furtado pergunta: "Como é possível um País tão pequeno, e à partida tão fácil de ordenar quanto um jogo de monopólio, estar tão longe da paridade?"
Alguém sabe responder?
O meu amigo MP colocou um comentário à "Introdução" deste blog que, com a devida vénia e com o meu muito obrigado, passo a transcrever parcialmente:
"Sei que não é fácil e nem sempre simpático falar da sociedade santomense (...)" Como sinto esse problema! Mas entendo que é necessário, de uma forma construtiva falar dos problemas pois só assim se "compreenderá o papel dos "homens" desta terra e o perigo para o equilíbrio deste paraíso, qual dádiva dos deuses nem sempre devidamente apreciada e defendida dos e nos ventos da história."
"S. Tomé e Príncipe precisa (e muito) de ser visitada por gentes que vejam este País como uma terra de oportunidades, onde combater a pobreza dos seus seja entendido como meio de preservar a riqueza natural do arquipélago."
A minha visão "e de outros visitantes pode e deve constituir um contributo para que o futuro do País seja cada vez mais colorido e não se deixe envolver na desumanização da sociedade que as lamas de crude têm fomentado noutras paragens."

NOTA: Não deixem de ler o Comentário que em 22 de Abril de 2009 DJesus deixou no post (clicar abaixo)
Em jeito de conclusão

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